Less - Aplicando o Scrum em Larga Escala
Desde 2005, o framework LeSS (Large scaled Scrum) “Scrum em larga escala” criado por Craig Larman e Bas Vodde tem sido desenvolvido com o objetivo de auxiliar no andamento de grandes projetos em grandes grupos de trabalho. O framework LeSS é estruturado com base em princípios, técnicas de adoção, estrutura organizacional, excelência técnica, simplicidade e gerenciamento estratégico conforme figura 1, onde têm-se boas práticas que auxiliam todos os membros da organização a direcionar esforços na execução dos projetos.
Figura 1 – Framework Less.
Fonte: Disponível em https://less.works
O framework LeSS possui regras minimalistas que apenas fornecem a base para auxiliar na tomada de decisão. Este framework possui alguns princípios que são descritos abaixo:
Queue Theory (Teoria da fila): Nesta teoria é relatado que filas com lotes menores de atividades possuem melhor tempo de ciclo quando comparado a lotes maiores e que embora o tempo de ciclo possa ser melhorado aumentando o uso de recursos, um caminho interessante para que não se tenha sobrecarga de processos (WIP – work in progress) são os lotes menores de atividades.
Empirical process control (Controle empírico de processo): Este princípio é aplicado em projetos onde não se tem etapas predefinidas devido sua alta complexidade, nestes projetos é necessário que o time inspecione e adapte continuamente os processos.
System Thinking (Pensamento sistêmico): Esta é a prática a qual todo o time de projeto analisa os impactos que o projeto pode causar em diferentes áreas e segmentos.
Lean Thinking (Pensamento enxuto): Nesta prática procura-se focar apenas em atividades que agregam valor, melhorando continuamente o tempo de ciclo.
Continous Improvement (Melhoria contínua): Dentro do LeSS não existe um “grupo de mudança”, a mudança é feita de modo contínuo por meio da experimentação.
Customer Centric (Foco no cliente): Todo projeto, processo e produto construído é pensado para atender aos requisitos solicitados pelo cliente.
Whole Product Focus (Foco no produto inteiro): Nesta prática tem-se o pensamento de que o cliente não compra o incremento e sim o produto como um todo, devido a isso os incrementos de um produto só tem valor quando integrados ao produto.
More with LeSS (Mais com menos): Este princípio defende a remoção da complexidade organizacional, tornando simples os processos sempre que possível.
Transparência: Esta prática apoia os ciclos curtos de feedback baseado nos princípios do Scrum onde a transparência possibilita a inspeção e adaptação.
Dentro do framework LeSS apresentado na figura 1 também se têm as respectivas análises para a sua adoção, sendo:
Three Principles (Os três princípios): Concentrando o esforço de adoção do framework em um único produto, dando suporte e tendo foco no aprendizado, permitindo o autogerenciamento do time, dando suporte na remoção dos impedimentos sempre que necessário e identificando voluntários para aprender o mindset ágil.
Coaching: Responsável por atuar a nível organizacional sendo um facilitador, identificando melhorias a serem implementadas nos projetos e na empresa.
Continuous Improvement (Melhoria contínua): Criando na organização a capacidade de responder as mudanças, mudando de direção o negócio sempre que necessário.
Feature team adoption map (Mapa de adoção da equipe de recursos): Tendo como objetivo a co-criação do produto junto com os usuários reais, o mapa parte desde a implementação do ágil com o crescimento da maturidade do ágil na empresa.
Getting started (Começando): Iniciando com a preparação técnica e estruturação do time, entendendo o produto a ser entregue e de onde virá o trabalho.
As estruturas organizacionais tradicionais buscam continuamente a otimização da produção individual tendo como elemento estrutural hierarquias, funções e políticas.
Segundo a quarta lei de comportamento organizacional de Larman “A cultura segue a estrutura” o framework LeSS propõe uma estrutura organizacional com mais foco no produto conforme figura 1, sendo estruturada em:
Teams (Times): Com responsabilidades compartilhadas, sendo auto gerenciados e multifuncionais, podendo atuar em diversos projetos da empresa.
Scrum master: Ensinando o Scrum a todo o time e removendo impedimentos nos projetos.
Communities (Comunidades): Dentro das empresas podem surgir comunidades de prática (CoP – communities of practice) onde são compartilhados conhecimentos e experiências adquiridas pelo time por membros voluntários.
Organizational structure (Estrutura organizacional): Diferentemente das estruturas padrões das organizações, dentro LeSS tem-se pessoas de habilidades diferentes trabalhando lado a lado, aprendendo umas com as outras.
Feature teams (Equipes de recursos): São equipes multifuncionais de alta performance que trabalham juntas a muito tempo e que maximizam o valor entregue ao cliente.
Organizing by customer value (Organização por valor ao cliente): Dentro do framework LeSS procura-se ter equipes multifuncionais que trabalham juntas a muito tempo e com isso é procurado se especializar no segmento do cliente que a empresa procura resolver o problema.